quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Natureza compartilhada

Assisti um dos filmes mais comentados entre amigos dos últimos meses: Na natureza Selvagem - Into the wild, de Sean Penn. Todas as críticas recebidas eram favoráveis, todos dizendo que o filme era ótimo. O que mudava era a percepção de cada um - como não deveria deixar de ser. Reflexão sobre a vida foi o ponto que permeou a maioria dos sentimentos, e assistindo o filme, não pude fugir disso. A história do recém formado que larga tudo, literalmente, para viver na natureza como conhecemos em fotos, em busca do seu lugar "into the wild", é marcante, emociona e faz, sim, refletir. 

Sean Penn acerta o ponto ao transpor para as telas o livro que conta a história real de Chris McCandless, o garoto que aos 22 anos larga família, casa e todos seus pertences para viver no meio do mato, nas estradas, no mundo, cru - ele e o meio em que escolheu passar seus dias. E quando falo que Penn "acertou o ponto", não me refiro só às excelentes sequências, a visão narrativa do filme e o tom certo para não deixar a história melosa (como Hollywood costuma fazer). Penn acerta também nos atores, com destaque para Emile Hirsch, o garoto que prova que não é somente ator de bobagens como Show de Vizinha ou filmes de efeitos especiais como Speed Racer. Sua atuação é digna do personagem, do filme e de todas as nuances temáticas que a história de McCandless necessita ser mostrada na tela. Coragem da família McCandless, que participou da produção do filme, e mostra sinceridade nos relatos interpretados por William Hurt,  Marcia Gay Harden e Jena Malone,  respectivamente pais e irmã de "Supertramp", o auto-batizado nome que McCandless adota em sua jornada.

Não fosse a trilha de Eddie Vedder, o filme também perderia. Ora tranquila, ora densa, o som do bandolim e a voz rouca do líder do Pearl Jam ajudam a interpretar as emoções do personagem principal, seus anseios, medos, alegrias, sucesso, esperança. Um disco para ser ouvido sempre, assim como o filme deve ser visto como aquele livro que você tem na cabeceira - de tempos em tempos, uma olhada básica para relembrar do que realmente importa.

Leia ouvindo:
"I've got this light
and the will to show
I will always be better than before"
Long nigths - Eddie Vedder
.

2 comentários:

Garoto Enxaqueca disse...

Ainda não vi, e na minha locadora o filme é disputadíssimo, nunca consigo. Mas, em se tratando de Sean Penn, deve ser um trabalho fantástico, como sempre. Mais um mérito pra ele, que entre tantos tem também o de ter sido casado com a Madonna tudodibom

Anônimo disse...

Quando terminou o filme eu estava de boca aberta, paralisado, pensando algo como PUTA QUE PARIU.